Este trabalho foi realizado para a Semana Fashion Revolution, com o objetivo de construir uma nova peça de roupa a partir da desconstrução de uma já existente, assim, incentivando a prática de sustentabilidade através da prática de upcycling.
A peça escolhida para a atividade se trata de um tomara que caia estampado, estruturado com barbatanas na linha do busto. Na foto abaixo, é possível observar todas as partes descosturadas, separadas por tamanho e material.
Observando as estruturas resultantes da desconstrução, pude perceber a possibilidade de construir um corset, pela presença de barbatanas e um zíper invisível. Sua estampa e  tecido interno, em um aspecto destruído, traziam uma linguagem bastante próxima a encontrada na moda do movimento Punk. 
A moda punk da década de 1970 emergiu como um movimento de rebeldia e contracultura, desafiando os padrões estéticos e sociais estabelecidos. Originada em Londres e Nova York, foi caracterizada por uma estética DIY (faça você mesmo), que refletia a atitude antiautoritária e a frustração com a sociedade convencional.
Elementos icônicos da moda punk incluem peças extravagantes e sensuais, jaquetas de couro, roupas rasgadas e estampadas com slogans provocativos, alfinetes de segurança, tachas e correntes. O punk não apenas rejeitava as normas da moda tradicional, mas também a utilizava como uma forma de expressão política e social.
Figuras proeminentes, como Vivienne Westwood e Malcolm McLaren, desempenharam um papel crucial na popularização da moda punk, criando roupas que se tornaram símbolos do movimento. A moda punk dos anos 1970 deixou um legado duradouro, influenciando diversas subculturas e o design de moda contemporâneo.
A nova peça explora formas destruídas, remendadas e até rasgadas em alguns detalhes, trazendo a estética punk em um modelo histórico icônico: o corset. 
Nos anos 1970, a moda punk ressignificou o corset, transformando-o de uma peça de opressão em um manifesto visual de contracultura. Punkers os usavam de maneira provocativa, muitas vezes combinados com elementos de vestuário tipicamente masculinos ou acessórios agressivos. Essa estilização desafiava normas de gênero e questionava os padrões de beleza convencionais.
Vivienne Westwood é um dos principais nomes responsáveis pela popularização do corset punk. A designer, em particular, integrou a peça em suas criações misturando o antigo e o novo, a tradição e a revolta. Estilistas e artistas da época criaram uma nova narrativa em torno dessa peça, utilizando-a como um símbolo de resistência e individualidade.
Trabalho realizado para a disciplina Objeto e Corpo, da PUC-Rio.

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